Lina Simões Consultoria

A frequência crescente de fenómenos climáticos extremos, como tempestades, inundações e granizo, tem apresentado novos desafios aos consumidores e às Seguradoras. 

A tempestade Martinho, que recentemente assolou várias partes do nosso país com ventos com mais de 100 km/h e chuvas torrenciais, deixou um rasto de destruição — não só em infraestrutura, mas também em veículos, muitos dos quais ficaram completamente inutilizados.

É essencial entender a importância da cobertura de danos próprios no seguro automóvel, especialmente para fenómenos da natureza.

O que é a cobertura de danos próprios?

A cobertura de danos próprios é uma componente do seguro automóvel que garante a proteção do próprio veículo do segurado, independentemente da responsabilidade do sinistro. Ou seja, ao contrário do seguro de responsabilidade civil obrigatória — que apenas cobre os danos causados a terceiros, esta cobertura permite ao tomador do seguro acionar a apólice para reparação ou substituição do seu veículo em diversas situações.

Tipos de riscos cobertos habitualmente:

1 – Choque, colisão ou capotamento, com ou sem terceiros envolvidos
2 – Queda de objetos, como árvores, postes ou andaimes
3 – Incêndio, raio ou explosão
4 – Furto ou roubo
5 – Fenómenos da natureza (vento forte, granizo, inundações, deslizamentos de terra, etc.)
6 – Atos de vandalismo

Cobertura de fenómenos da natureza: o que inclui?

A cobertura contra fenómenos da natureza é uma cláusula específica, geralmente incluída em seguros com danos próprios — que protege o veículo contra danos causados por eventos imprevisíveis de origem natural. Esta cobertura pode abranger:

 – Tempestades com vento forte
 – Chuvas intensas e inundações
 –  Trombas de água ou tornados
 – Deslizamentos de terras
 – Tremores de terra (sismo), dependendo da apólice

Durante a tempestade Martinho, verificou-se um aumento expressivo no número de sinistros relacionados com este tipo de ocorrências. Muitos automobilistas viram-se surpreendidos ao constatar que o seu seguro apenas cobria danos a terceiros — o que significa que todos os custos associados à reparação ou perda total dos seus veículos recaíram inteiramente sobre si.

Avaliação do risco e franquias
Um aspeto importante a ser considerado na contratação de uma cobertura de danos próprios é a franquia — ou seja, o valor que o segurado terá que pagar em caso de sinistro. A franquia pode ser expressa em percentagem ou valor fixo, e afeta diretamente o prémio do seguro: quanto menor a franquia, maior o valor do prémio, e vice-versa.

Além disso, a avaliação do risco por parte da Seguradora — com base em fatores como a idade do condutor, localização da residência, historial de sinistros e características do veículo — também influencia o custo da apólice.

Vantagens da cobertura de danos próprios:

 1 – Proteção total do veículo, mesmo em situações em que não há terceiros envolvidos
 2 – Maior tranquilidade financeira em caso de perda total
 3 – Cobertura contra eventos naturais, cada vez mais frequentes e severos

Valorização da segurança patrimonial, especialmente em veículos de valor elevado ou recente.

Há a considerar também a idade das viaturas, dado que a partir dos 8 anos, será muito difícil contratar esta cobertura. No entanto, desde que faça logo o seguro quando compra a viatura os Danos Próprios poderão ir além dos 8 anos.

Conclusão: um investimento que pode fazer toda a diferença
A tempestade Martinho lembrou que fenómenos naturais extremos são uma realidade cada vez mais presente. Diante disto, investir numa apólice de seguro que inclua danos próprios com cobertura de fenómenos da natureza é apenas uma decisão prudente — é uma forma de garantir estabilidade financeira e proteção dos seus ativos num cenário de risco crescente.

Se está na altura de rever o seu seguro, converse com seu agente de seguros e pergunte especificamente sobre as condições associadas à cobertura de danos próprios e fenómenos da natureza. O valor adicional no prémio pode representar uma economia significativa no futuro.

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